Dr. Max Gerson

Max Gerson, Doutor em Medicina, nasceu em Wongrowitz, Alemanha (1881).
Fez a sua formação académica superior nas universidades de Breslau, Wuerzburg, Berlim e Freiburg.

Enquanto adolescente e durante a sua formação em medicina, o Dr. Gerson sofria de graves enxaquecas que muitas vezes o obrigavam a passar mais do que um dia em quarto escuro.
Como sabia que a Medicina, na qual se doutorou, não tinha soluções para a sua cura, apenas para o seu alívio, procurou alternativas e teve a sorte de encontrar uma referência que relacionava enxaquecas com alimentação.
Gerson começou progressivamente a experimentar diferentes alimentos, selecionando os que não lhe provocavam enxaquecas. Fez isso durante dois anos, ao fim dos quais tinha uma lista entitulada “A dieta para a minha enxaqueca”.

Um dos pacientes do Dr. Gerson que sofria de fortes enxaquecas adoptou a sua dieta. E,– de forma totalmente surpreendente –, esse mesmo paciente, no decurso do seu tratamento das enxaquecas, usando a referida “dieta para a […] enxaqueca”, curou-se também da sua tuberculose da pele.
Gerson ficou absolutamente incrédulo com o que tinha acontecido e decidiu estudar a fundo a sua dieta. Dedicou-se então a tratar muitos pacientes com tuberculose e as taxas de sucesso eram enormes. De tal maneira que o seu trabalho acabou por chamar a atenção do famoso médico cirurgião toráxico, Ferdinand Sauerbruch.

Sob a supervisão de Sauerbruch, o Dr. Gerson estabeleceu um programa especial de tratamento de tuberculose da pele no Hospital Universitário de Munique. No final de um ensaio clínico cuidadosamente monitorado, 446 dos 450 pacientes com tuberculose da pele, tratados com a dieta de Gerson, recuperaram completamente.
Sauerbruch e Gerson publicaram simultaneamente artigos numa dúzia de revistas médicas líderes mundiais, estabelecendo o tratamento de Gerson como a primeira cura para a tuberculose da pele.

Por essa altura, o Dr. Gerson atraiu a amizade de Albert Schweitzer, também Doutor em Medicina e laureado em 1952 com o Prémio Nobel da Paz.
A mulher de Schweitzer sofria de tuberculose pulmonar. Como não se tinha curado com nenhum dos tratamentos convencionais a que se tinha submetido, decidiu seguir o protocolo de Gerson e conseguiu curar-se enquanto cumpria esse mesmo protocolo.
Gerson e Schweitzer permaneceram amigos pela vida e mantiveram correspondência regular.

O Dr. Schweitzer seguiu o progresso de Gerson à medida que a sua terapia alimentar foi sendo aplicada em pacientes com doenças cardíacas, insuficiência renal e, finalmente, cancro, e que uma elevada percentagem destes pacientes se curavam.
O próprio Schweitzer, que a determinada altura da sua vida sofreu de diabetes tipo II, curou-se seguindo o tratamento da terapia de Gerson.

No início da perseguição dos judeus na Alemanha, Gerson e a sua família procuraram refúgio no estrangeiro e acabaram por se estabelecer nos Estados Unidos da América. Em Nova Iorque, Gerson não viu reconhecida a sua formação em medicina feita na Alemanha e voltou a formar-se nos EUA. Em 1938, o Dr. Gerson finalizou a sua formação e obteve autorização para praticar no Estado de Nova Iorque.

Durante os vinte e um anos seguintes, ele tratou centenas de pacientes com cancro. Pacientes esses que, em grande parte, tinham seguido os tratamentos convencionais que a Medicina fornecia sem conseguirem curar-se, e aos quais os médicos tinham dito que mais nada havia a fazer.
Adoptando a Terapia Gerson, grande parte desses pacientes curaram-se.

Em 1946, em Washington, perante um Subcomité do Senado Norte Americano, por ocasião de uma audiência, ocorrida entre os dias 1 e 3 de julho, relacionada com a proposta de lei 1875, apresentada pelos Senadores Pepper e Neely, que propunha financiar pesquisas sobre o tratamento do cancro (“U.S. Senate Bill 1875”, também referida como “Pepper-Neely anticancer proposal”), Gerson apresentou-se com cinco dos seus muitos pacientes que tinham sofrido de cancro e que haviam recuperado e já não mostravam sinais da doença. Sucessivamente, os cinco pacientes e o próprio Dr. Gerson gravaram o seu testemunho perante o Subcomité.

Embora apenas algumas publicações médicas revistas por pares (peer-reviewed medical literature) tenham sido receptivas ao testemunho de Gerson, — nessa altura radical –, de que a alimentação contribui fortemente para a saúde, Gerson continuou sempre a publicar artigos sobre a sua terapia e histórias de casos de cura nessas mesmas publicações.

Em 1958, após trinta anos de experimentação clínica, Gerson publicou o livro Uma Terapia para o Cancro: Resultados de 50 Casos (“A Cancer Therapy: Results of 50 Cases”). Esta monografia médica detalha as teorias, o tratamento e os resultados obtidos.

O Dr. Gerson morreu em 1959, elogiado pelo seu amigo de longa data, o Dr. Albert Schweitzer:
“[…] vejo nele um dos mais eminentes génios da história da medicina. Muitas das suas ideias fundamentais foram adotadas sem ter seu nome conectado com elas. No entanto, ele alcançou mais do que parecia possível em condições adversas. Ele deixa um legado que requer atenção e que lhe assegurará o devido lugar. Aqueles a quem curou, agora atestarão a verdade das suas ideias “.